O ambiente no Internacional chegou a um ponto crítico. Depois da quarta derrota consecutiva – que incluiu a eliminação na Libertadores – a instabilidade dentro e fora de campo se intensificou. O técnico Roger Machado está no centro da turbulência, enquanto a diretoria lida com protestos de torcedores, desentendimentos entre atletas e até a sondagem de possíveis substitutos.

Vestiário em ebulição

A derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, no último sábado, no Mineirão, foi o estopim. Durante a entrevista coletiva do treinador, jogadores discutiram de forma ríspida no vestiário. A situação exigiu a intervenção do diretor esportivo Andrés D’Alessandro e do presidente Alessandro Barcellos para evitar que a tensão aumentasse.

Apesar da gravidade do episódio, não houve agressões físicas. Internamente, o atrito foi entendido como reflexo do momento delicado, mas também como um sinal de inconformismo do grupo diante da má fase.

Pressão da arquibancada

Na quarta-feira, cerca de 15 torcedores foram recebidos pela direção no CT Parque Gigante. O encontro teve cobranças diretas ao elenco e ao comando técnico, além da promessa, por parte dos dirigentes, de reação imediata no Brasileirão.

Substitutos à mesa

Mesmo com respaldo público da cúpula colorada, nomes começam a ser ventilados como alternativas a Roger. Um dos principais é o de Ramón Díaz, ex-River Plate, Corinthians, Vasco e Botafogo, que recentemente deixou o Olimpia ao lado do filho Emiliano após apenas sete partidas.

A diretoria, por enquanto, evita qualquer movimento, mas não esconde o incômodo com a pressão crescente.

Última cartada?

Roger avalia que o elenco, embora qualificado, não resistiu à sequência pesada de competições. Agora, com o calendário menos apertado e foco exclusivo no Brasileirão, o técnico acredita ser possível recuperar o rendimento.

O duelo contra o Fortaleza, no domingo, às 20h30, no Beira-Rio, ganhou status decisivo. Nova derrota pode tornar insustentável a permanência do treinador, apesar da multa considerada alta para uma rescisão.

O Inter busca reagir para aliviar o ambiente e retomar confiança. A missão é clara: vencer ou aumentar ainda mais a turbulência que já ameaça engolir a temporada.